A arte de viver (BVIW)
Quem ainda não se cobrou por ter uma agenda cheia? São muitas as pessoas que têm a oportunidade e a capacidade de cumprirem múltiplas funções, isso, por vários anos seguidos; inclusive, muitas delas, no mesmo dia. Algumas, com horários definidos; outras, inclusive as essenciais - como fazer as refeições -, dependem desses ajustes relacionadas às tarefas a serem realizadas. Há pessoas, porém, que demoram para decidir se aposentarem de tanto que se acostumaram com a rotina. Já outras, só esperam a data em que completam o tempo necessário para tal; há aquelas que depois de um tempo sem trabalhar, retornam para o mercado ou decidem aprender ou desenvolver habilidades guardadas e; há aquelas, nas quais me incluo, que a primeira atitude que toma é deixar de usar o relógio e a agenda, e assim se libertar de compromissos rotineiros com horários e prazos definidos.
Ah!, depois de tanta dedicação e desempenho acho que todos merecem “desrrotinizar” a vida, por vezes escolher não fazer nada, e, quando digo “fazer nada”, é zero atividade que requeira qualquer habilidade.
Confesso que, no princípio, sentia-me culpada, sei lá, parece que havia algo errado em me sentir improdutiva. O máximo que eu me permitia era praticar o ócio criativo, então demorei para aprender a arte de não produzir resultado nenhum, sem cobranças.
De repente aprendi que é bom ouvir o som do vento, ver as estrelas, sentir cheiro de maresia, cochilar em qualquer horário do dia, sem culpa e com prazer. Recomendo para todos, e não esperem se aposentar para viver a arte de não fazer nada. Vale ser feliz, por nada.
Iêda Chaves Freitas
19.12.2022
Tema da semana - A arte de não fazer nada