RESENHA DO LIVRO “o Enigma de Esmeralda” do escritor ANTONIO SOUZA.
O Livro “O Enigma de Esmeralda” do escritor e poeta ANTONIO SOUZA, que tive o prazer de ler, é um romance escrito com a maestria, gostoso de se ler, daqueles que cada página incita a curiosidade da outra, assim como a sequência dos cinco capítulos no qual o enredo está organizado.
Esmeralda, o personagem central da trama, nos faz refletir sobre os diferentes meandros da nossa psique humana e os diferentes mistérios da vida, os sabores e dessabores do amor, das paixões, dos sentimentos lascivos, das emoções, das razões que não se explicam e dos enigmas que podem se configurar em um indivíduo.
O romance aborda uma disfunção não comum de ser entendida, “a perda de memória episódica”, de modo que instiga o leitor a ir, até o fim do enredo, querendo encontrar o fio condutor que possa desvendar o “enigma” de Esmeralda.
O estilo do escritor ao narrar cada episódio é de uma capacidade cativante, pois descreve os acontecimentos de modo que o leitor imagina o cenário, assim como inova em ilustrar algumas passagens do texto com letras de boas músicas, enquadrando-as no clima de romance e aventuras dos personagens e fatos em que a trama se desenvolve.
O Enigma de Esmeralda é uma obra que vale a pena ser lida. Recomendo.
O livro A Face da Morte, do escritor Raimundo Antonio de Souza Lopes[i], ou simplesmente Raí Lopes, faz-nos pensar, não na morte em si, mas na essência da vida, reconhecendo que ela é efêmera. E o que se tem como certo, verdadeiramente, é a morte física e que essa tem uma face, cujas nuances podem ser matizadas de acordo com o nosso olhar sobre a vida, as pessoas, os serviços, as coisas, os contextos, os atos e omissões.
O autor, em três cenas vivenciadas com as pessoas que mais ama, viu a face da morte e as descreve com maestria, fazendo-nos refletir sobre as diversas situações que já vivemos ou que ainda podemos vivê-las e nem nos damos conta que, nem sempre, somos capazes de decidir ou agir quando não se tem escolha.
“A morte nos encontra em pequenos espaços de descuidos” (p.25) e, sendo assim, a mensagem que tirei dessa obra é que: a vida deve ser conduzida de modo que possamos entender que, independente do credo, ela não é eterna, sendo assim, que face imaginamos ter na morte?
[i] Raimundo Antonio Souza Lopes é recantista desde abril de 2007.
No livro de antologias Exercícios Literários - volume III, produzido pela Confraria Café e Poesia, da qual também faço parte, tem um texto escrito pela imortal Vanda Jacinto* que muito me cativou. Trata-se de uma crônica chamada Tempos paralelos, onda a autora descreve, com leveza e maestria, uma visita que fez a uma fazenda no interior do Rio Grande do Norte.
No texto, enquanto revisitava o lugar, ela fala de suas lembranças a partir da casa grande, contemplando os diferentes cenários que mudaram com o avanço dos tempos. Em dado momento, em sua narrativa, ao resolver sair de dentro da casa e ir até o curral onde o gado se encontra, ela se depara com a cena da ordenha de uma vaca. O quadro em si brota-lhe a inspiração e faz com que ela conclua o seu texto dizendo “que o tempo pode até mudar aspectos de um contexto e de práticas do cotidiano, mas não muda o que se tem de mais sublime, em qualquer tempo e lugar: o amor, notadamente, o amor materno, ali representado pela vaca e seu filhote”.
*Vanda Jacinto é recantista desde jul/2015.