Álbuns de retratos (BVIW)

Quem já não ouviu a expressão popular que diz: “casa de ferreiro, espeto de pau?” Pois bem, assim era na minha casa. O meu pai exerceu alguns ofícios, sendo um deles, o de fotógrafo. Contudo, lembro-me que a minha mãe reclamava da falta de registros de momentos importantes das nossas vidas, a exemplo do meu nascimento e do meu batismo. Ainda criança cheguei a ser auxiliar nas revelações dos retratos e na entrega aos clientes.

A proposta do tema desta semana me fez refletir sobre a evolução dos registros fotográficos. Antes, as fotografias eram tiradas por meio de máquinas (lambe-lambe) que tinham formato de caixa e eram cobertas por um pano preto. Da época em que meu pai começou como profissional, as câmeras evoluíram para modelos portáteis, disponíveis para profissionais e amadores, e mudaram de analógicas para digitais. Quem não se recorda daquelas máquinas usadas para registrar momentos em família, celebrações importantes e, principalmente, nos passeios turísticos, e o que era comum, num filme de 24 poses, 50% se perderem por falta de foco. Os que serviam eram organizados em álbuns e vistos muitas vezes em reuniões familiares.  

Com o processo de inovação, as fotos atualmente são feitos pelos celulares e ficam armazenados nas nuvens. Isto é, há muitos registros fotográficos e com boa qualidade de imagem, contudo, poucas vezes as famílias se reúnem para celebrar ou recordar momentos importantes.  

Iêda Chaves Freitas

19.09.2023.

Tema da semana - Retratos de família