CORDEL – Mote – Quem quiser comer picanha – Vá direto pro Alvorada – 01.09.2023 (NPRL)
Regras: Oitavas de sete sílabas poéticas
Participação: Iêda Chaves, Ansilgus e Edmilton Torres
Rimadas em ABABCDCD
Glosas da poetisa Iêda, das terras de Santa Catarina, que muito conhece o Nordeste:
01)
Prometeram na eleição
Muita carne para os pobres
Que sustentam a nação
Para gozo dos mais nobres
Mas promessa de campanha
Não garante quase nada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(02)
Sendo o Brasil um modelo
Em exploração bovina
Nada melhor que esse apelo
Pra deixar de ser sovina
Não falo de pão com banha
Porém sim de carne assada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(03)
Tanto que somos gigantes
Na área de carne bovina
Criador e comerciantes
Temos um em cada esquina
Pois o pobre que se assanha
Acreditou na parada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(04)
Os grandes pecuaristas
Investem maciçamente
Obtendo novas conquistas
Enganam os inocentes
De uma forma tacanha
Mentira despudorada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(05)
O povo bem otimista
Foi fácil para enganar
Com promessa socialista
Mas sem ter como pagar
Provocou uma façanha
De forma bem desastrada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(06)
Carne só se vende à vista
Pobre não pode comprar
Essa coisa não simplista
Apenas pra faturar
Uma forma de barganha
Muito bem elaborada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
Iêda Chaves Freitas
Ansilgus assim participou:
(01)
Promessa em vinte e dois
Carne e cerveja pros pobres
Tal como dono dos bois
Justo pra quem não tem cobres
Numa mentira tamanha
Assim como de emboscada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(02)
Sendo o Brasil muito bom
No ramo agropecuário
Tudo serviu de bom tom
Até para o perdulário
Que duma vez abocanha
A carne, mesmo estragada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(03)
Essa bela proteína
Faz muito bem pra saúde
Na área de carne bovina
Também leva pro ataúde
Cachaceiro não se acanha
Acreditou na parada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(04)
A picanha é retirada
Da anca traseira do gado
Uma porção arretada
Bem difícil no mercado
Então se usa da barganha
Pruma farra preparada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(05)
Não é produto barato
Como se faz com lasanha
Como que pensa o gaiato
Brejeiro com sua manha (*)
Quanto mais vende, mais ganha
Só perde para a rabada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(06)
Dizem que nosso produto
No mundo não tem melhor
Pois isso aqui não discuto
Daqui mesmo do arredor
Bom do caju, a castanha
Com cachaça sempre agrada
Quem quiser comer castanha
Vá direto pro Alvorada
(07)
Temos também uma parte
Que sai do lombo do boi
E daqui faço um aparte
Pra você que já se foi
O cupim é bem molinha
Muito aprecia a cambada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(08)
O Nordeste quer buchada
Com a branquinha de lado
Porque enche de lapada
Sem deixar o “figo” inchado (**)
O Bom de fazer façanha
É que vira uma piada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(09)
Já pensou numa costela?
Malpassada no carvão!
Depois dela muita trela
Porque levanta o tesão
É bom até na Alemanha
Quando a turma já chumbada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(10)
O tutu pra comprar carne
Tá sendo gasto em viagem
Que a mente se desarme
Numa grande sacanagem
Bem melhor comer piranha
Que sendo barato, agrada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(11)
Um corte muito legal
Que muita gente prefere
É da cauda do animal
Então essa gente adere
Aceita até pela Espanha
Numa perfeita rabada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(12)
Assim termina essa glosa
Não está bom, me desculpe
Sendo alguma alma bondosa
Isso sim, que repercute
Logo, logo na montanha
Guarde essa pobre jornada
Uma vez que quer picanha
Saiba que tem no Alvorada
SilvaGusmão
(*) – Habilidade de resolver, enganar, distrair
(**) – Figo, o mesmo que fígado
Edmilton Torres glosou assim:
Cordel em parceria com o poeta Ansilgus, com o mote de sua autoria:
“Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada:
Poema em oitavas de 7 sílabas poéticas com rimas em ABABCDC
(01)
Na campanha a presidente
Em dois mil e vinte e dois
Lula enganou muita gente
Nada de novo, “ora pois”
Ele vive de artimanha
Mentira e patacoada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(02)
A picanha prometida
Então, por Luiz Inácio
Por enquanto é consumida
Nos churrascos do palácio
Depois que a eleição foi ganha
Lula não falou mais nada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(03)
Picanha é uma carne nobre
Que todo mundo cobiça
Mas, no espeto do pobre
Só se enfia linguiça
Mas, Lula nunca se acanha
Da sua cara lavada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(04)
Tem gente que acreditou
Na promessa eleitoral
Porém agora ficou
Com o gosto amargo do sal
A frustração é tamanha
Que nem é mais disfarçada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(05)
Já se tornou uma tortura
Discursos do presidente
Quanto mais mente, mais jura
Quanto mais jura, mais mente
Quanto mais o povo apanha
Mais aprecia a lapada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(06)
Enquanto Lula passeia
Com Janja no estrangeiro
A proteína escasseia
No prato do brasileiro
Que seus olhos arreganha
Pensando em picanha assada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(07)
Lula vai se divertindo
Com a inocência do povo
Que fica aqui aplaudindo
Comendo feijão com ovo
Enquanto ele abocanha
Filé e picanha assada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(08)
Foi um tremendo fiasco
Pra aquele que fez o “L”
Pois, picanha no churrasco
Só se um boi ele atropele
Ou se entrar numa barganha
Com toda a companheirada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(09)
Por tamanha ignorância
Confesso, não me comovo
Pois para essa militância
Lula vai mentir de novo
Já na próxima campanha
Da forma mais descarada
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada
(10)
Eles compram churrasqueira
Dividindo no cartão
Mas, a mosca varejeira
Inspira só o carvão
Lula fez essa façanha
Tem até “alma penada”
Orando pela picanha
No churrasco do Alvorada
Edmilton Torres
Gratidãp pela interação do poeta Jacó Filho.
Quando sobe num palanque,
Pensando em ser eleito,
Qualquer um fica galante,
Sem ligar pra os efeitos...
Prometendo na campanha,
Pra depois não cumprir nada,
Quem quiser comer picanha
Vá direto pro Alvorada...
Jacó filho