Ieda Chaves Freitas
Percepções sobre o que li, vi e vivi.
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Textos

Só uma pocinha (BVIW)

 

Lá estava ela, sozinha, sentada na calçada de sua casa, cabeça baixa apoiada sobre os braços. Paulo chega pertinho e pergunta:

_ o que houve Ana, você está triste? O que aconteceu?

Ela balança a cabeça, fazendo um sinal de que não foi nada, enxuga as lágrimas com a barra do vestido e volta a postura que estava. Paulo se senta ao seu lado, faz uma brincadeira, mas Ana não lhe corresponde. Ele sai e depois volta com as amigas e amigos que costumam brincar juntos.

Reunidos, os amigos inventaram várias maneiras para descobrirem a tristeza de Ana, contudo, ela permanecia calada, cabisbaixa e olhinhos lacrimejantes. Eles queriam ver Ana alegre e divertida como era no dia a dia, portanto decidiram brincar de amarelinha, a brincadeira preferida da Ana. Finalmente ela resolveu participar, mas ainda assim, com a expressão tristinha.

Chegada a hora dos amigos irem para suas casas, se despediram da Ana e combinaram que se reencontrariam no final da tarde, já que era Noite de Natal e poderiam brincar até mais tarde. Assim o fizeram. Mas, logo no início das brincadeiras o Paulo propôs adivinharem o que cada um ia ganhar de presente de Papai Noel, mal sabia ele a razão da tristeza de Ana naquele dia, e aquilo foi o suficiente para Ana se afastar dos amigos e ir para casa. Eles não entenderam, porém resolveram deixá-la quieta.

No dia seguinte, Ana ao acordar, olhou para baixo de sua rede e, mais uma vez, não tinha nenhum presente nas suas sandalinhas, viu apenas uma pocinha de xixi que ela havia feito pela madrugada.

E assim foi mais um Natal para a Ana, sem ceia, sem presentes, sem celebração.

 

Iêda Chaves Freitas

20.12.2022

 

 

 

Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 20/12/2022
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