Ieda Chaves Freitas
Percepções sobre o que li, vi e vivi.
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Textos

Fetiche

 

Ele sonhava em ter, em seus braços, a mulher que um dia o fez despertar o desejo; em outras palavras, desde que a viu pela primeira, sentiu uma atração que não foi esquecida com o passar do tempo.

Assim, passado alguns anos, o destino os colocou frente a frente e, reacendeu, nele, a chama do primeiro dia que a viu. O encontro foi rápido, mas o suficiente para inquietá-lo.

            A partir daquele reencontro ele passa a sonhar, constantemente, com sua inesquecível paixão e cria cenários para o encontro que, inevitavelmente, um dia ainda há de acontecer. Ele imagina os trajes íntimos que ela poderá estar usando nesse dia.

Ah, será a camisola azul? Embora (ainda) não tivesse sido apresentado a peça do vestuário feminino, que lhe causa frenesi, ele a imagina usando-a. E se pergunta: será que a camisola azul é comportada? Será? Bem, ele acha que não. E sabe por que ele acha isso? É que a dona dela é uma mulher sensacional, linda, elegante e sexy. E ele tem certeza de que jamais apresentaria, a quem quer que fosse, uma camisola que não condissesse com o seu estilo, tipo, digamos... vestida para matar. Claro, no bom sentido. Mas, pode ser no mau sentido também. Dá no mesmo. No final, depois do dito encontro sairão todos mortos mesmos! Quer dizer, mortos do prazer.

Ele se deleita imaginando-a desfilando pelo quarto vestindo uma peça que se adequa perfeitamente ao seu corpo bem delineado - de pernas grossas e cinturinha de pilão -, e fica feliz em saber que a camisola azul está guardada entre as outras lingeries, ao lado da necessaire onde estão colocados os frascos de óleos de amêndoas, os hidratantes e os perfumes que certamente são usados em qualquer das estações.   

Porém, sabe o que é pior? É que ele além de não ter visto a camisola azul, fica imaginando qual a tonalidade do azul que é. Será que é azul-bebê, azul-celeste, azul-cobalto, azul-marinho ou azul-turquesa? Na cabeça dele é azul-celeste, pois deduz que, ao vê-la, irá parar entre as estrelas do universo, pois o azul simboliza o céu e o infinito...   

Ele continua a imaginar e se deixar levar pelo mais demorado desejo do seu ser... 

Iêda Chaves Freitas

12.02.2022

Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 12/02/2022
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