Admiro a busca pela perfeição na escrita. Quem não gosta de uma leitura escorreita, aquela em que o leitor deseja ser coautor do texto? Imagino que todos aqueles que tiveram uma boa educação, independente da classe social.

Assim, observando os cenários cotidianos, cada dia mais conectados virtualmente, sinto falta de uma educação de qualidade, capaz de desenvolver competências e habilidades nas crianças, adolescentes e jovens, notadamente na compreensão da leitura.  

Entendo que os avanços da sociedade contemporânea sugerem mudanças significativas nas práticas de ensino-aprendizagem, que sejam capazes de desenvolver um letramento efetivo, com base no qual se aprenda a pensar, a refletir e a agir diante das rápidas e inesperadas mudanças globais.

O que tenho observado nessa sociedade da internet, é que, quanto mais se modernizam os meios de comunicação, menos se leem bons livros e, em consequência, bons textos são produzidos.

E, diante dessa realidade, temo que a evolução tecnológica não encontre inteligências competitivas para uma sociedade que se configura como do trabalho, e não do emprego.

Temo que os adultos do futuro se percam em um caminho sem volta, pela falta de um rumo certo – que é uma educação de qualidade.

Temo que o volume de informações atuais não seja suficiente para assegurar práticas e comportamentos necessários para desenvolvimento sustentável, que o mundo impõe.

Temo que a sociedade moderna se torne alienada e não se comprometa com a qualidade dos conhecimentos elementares, com base em princípios e valores, para a formação do ser humano.  

Temo que as políticas públicas, especialmente as propostas para a educação, foquem apenas seus projetos para um presente em desordem conjuntural, e não para a situação estrutural de uma sociedade em transformações sociais e econômicas.

Temo pelo presente e pelo futuro de uma sociedade que não ler boas obras e que não tem acesso à cultura de qualidade.

Iêda Chaves Freitas

13.01.2022