Se fosse para escrever sobre minhas memórias (afetiva, de infância, de mulher e profissional), faria um livro para cada uma, e não apenas um livro em capítulos que premiasse cada item elencado de minhas reminiscências.
Para cada lembrança escreveria em um estilo literário: um seria em contos, outro em crônicas, mais um em romance e, o último, em poemas.
Por que pensei nessas possibilidades? Algumas pessoas que conhecem minha história de vida me perguntam se eu não pretendo escrever minha biografia. Geralmente, respondo que não, tendo em vista o que tenho aprendido com a minha breve experiência de escritora amadora.
Contudo, minhas leituras atuais, bem diferentes de minha anterior rotina acadêmica-científica, tem despertado lembranças que estavam arquivadas em algum lugar de minha memória, e só agora tenho feito análises mais criteriosas do que vivi.
Essa experiência tem sido gratificante, emocionante até, pois tem me proporcionando momentos de contemplação de um eu que havia esquecido em alguma gaveta da vida.
Assim, continuarei arrumando os meus guardados, tirando-lhes a poeira e reorganizando às lembranças, não em ordem cronológica, mas em significados da construção de mim mesma.
Se escreverei os livros, não sei, porém, os registros que comecei a fazer no meu caderno da vida, já sinalizam ressignificados de um estilo de mim mesma, que ainda não o conhecia.