Textos
Aproxima-se o Dia dos Namorados e o marketing nos faz lembrar o clima de magia que permeia o planejamento dos amantes para celebrarem a data, o que inclui jantares românticos, flores, surpresas e presentes, é claro.
Me perguntei: como será que é celebrado essa data pelos casais que são namorados por meio virtual? Ou seja, um não conhece (realmente) o outro, seus verdadeiros gostos ou preferências, além daquilo que está no perfil e nas conversas virtuais. Como serão as reações aos sentimentos? Como cada um reage às surpresas ou revelações?
Fico imaginando que eles – os namorados virtuais - ainda não sentiram aquele friozinho na barriga do primeiro encontro, ou de outros reencontros quando ainda há desejo. Que não experimentaram o toque das mãos desalinhando os cabelos; não exalaram o perfume um do outro, mesmo que digam que preferem fragrâncias com toque amadeirado ou o frescor da flor de laranjeira. Penso que eles ainda não sabem o arrepio que provoca um sussurro, que pode terminar em boas gargalhadas, amassos e no clímax do prazer. Enfim, penso que são os chamegos (toque físicos) que fazem acender a chama da paixão, mesmo se o namoro tem longas datas.
Confesso que fui longe nas minhas lembranças, da fase da adolescência, quando sonhava com um príncipe, ou aquele carinha que não me dava a mínima no colégio e, com base no imaginário, eu criava fantasias olhando pela janela do meu quarto, aí pensei, ah! Naquela época eu sofria por um amor virtual, ou seja, esse amor existia, mas não era real.
Pois é, a sociedade evoluiu e as tecnologias, também, com isso, outras possibilidades de sonhar e realizar fantasias. Uma dessas pode ser a concretização de um relacionamento que começou virtual. Ou, quem sabe, começou presencial e continuou virtual. Ambas as opções são possíveis.
Ah, também pensei ao concluir minhas divagações que, se essas relações virtuais são, de fato, relacionamentos afetivos, já que o ambiente no qual foram construídos podem esconder muitas verdades. Em seguida repensei: os relacionamentos presenciais também podem ocultar muitas verdades e acomodar-se, sob pena de desgastar-se.
Para concluir, achei melhor aceitar que bom mesmo é celebrar as relações, quer sejam virtuais ou presenciais. Viva o amor! Viva a liberdade! Celebre como for.
Iêda Chaves Freitas
11.06.2021
Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 11/06/2021
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