Ieda Chaves Freitas
Percepções sobre o que li, vi e vivi.
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Textos
CARTA PARA MINHA MÃE

Mãe, tenho sentido saudades de você, lembrado dos momentos bons que passamos juntas, das nossas conversas no dia a dia, dos planos que fizemos para o meu futuro e, o que mais me emociona, é saber que a maioria deles se concretizou, contudo, poucos você desfrutou junto comigo.
Ah! Como tenho doces lembranças dos cuidados, sem exageros, que você teve comigo, sem invadir minha privacidade, o que me fez manter, por toda minha vida, a minha autoestima e conhecer os cantos e recantos do meu eu, meus limites e possibilidades.
Até hoje fico querendo ter os seus traços, não apenas os físicos, mas os de personalidade, principalmente aqueles que o faziam ser uma mulher especial – bonita, meiga, vaidosa simples, de aparência bem cuidada, incomum para a época em que viveu. Você era discreta, mas se fazia notar em qualquer ambiente que chegasse com sua elegância traduzida em bom gosto, pelo olhar penetrante e tom de voz suave. O seu sorriso era cativante, traduzia sua constante alegria, refletia seu bem estar com a vida e, sem dúvidas, era o que a tornava uma pessoa querida por todos que tinham o prazer de conhecê-la.
Sabe mãe, aprendi, ao longo dos nossos 20 anos juntas e com os diálogos serenos, a sonhar sonhos possíveis, enxergar, muito mais do que apenas ver o horizonte, aprender que há sol e tempestades, que na natureza não há só belezas, tem perigos também e, por  essas lições, devemos estar preparados para nos protegermos no nosso convívio social. Você era sábia. 
Nesses últimos 12 anos em que nasceram meus netos refleti sobre o quanto você curtiu a chegada de sua primeira neta, mas não a viu crescer e nem participou das minhas outras três gestações e nascimentos dos seus outros netos, os dos meus filhos e os do meu irmão. Fizemos-lhe uma singela homenagem, uma das netas tem o seu nome. Hoje, se viva estivesse, estaria contando histórias para quatro lindos bisnetos.
Realizei os planos por nós traçados para a minha vida pessoal e fui além, construí uma carreira profissional respeitada da qual teria tido muito orgulho de ter me acompanhado. Em cada momento de celebrações de minhas conquistas e homenagens senti sua falta na plateia, certamente ali estaria, na primeira fila, emocionada, aplaudindo, feliz e se sentindo orgulhosa de mim. Você me faz muita falta.
Por que só agora resolvi lhe escrever? Porque hoje, no dia de seu aniversário, quero lhe dizer que aprendi, vivi e sou feliz porque você me ensinou a amar e a perdoar. Eu te amo!
 

 
Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 14/08/2020
Alterado em 18/02/2021
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