Sabe aqueles dias em que você se sente sozinha, mesmo estando acompanhada? Pois é, às vezes me sinto assim. Chega até a se transformar em uma certa melancolia. Porém, procuro sair rápido dessas situações.
É que sou daquelas pessoas que precisam viver em torno de ações concretas, de gestos efetivos, de conversa frente a frente, olhando nos olhos, vendo os trejeitos do outro, de sorrir junto e me divertindo com o que é engraçado; enfim, gosto de proximidade, inter-relação, de chamego.
Nesses dias de isolamento social me sinto desprotegida, desagasalhada, sentindo a frieza da falta de sentimentos, da empatia, do calor humano.
Quando tudo isso passar quero rir até chorar de alegria, quero encontrar pessoas, conversar, apertá-las em meus braços, enlaçar nossos sentimentos de amor, carinho e amizade.
Quero caminhar, colher flores no jardim, ouvir o canto dos pássaros no bosque, passear no jardim botânico, ver o bailar das borboletas, os mergulhos dos patos nas águas do lago.
Quero encontrar ciclistas pedalando ao sol, os maratonistas correndo na chuva, os atletas suados nas academias, os ônibus lotados com pessoas ativas, em liberdade.
Quero ir deixar meus netos na escola, no curso de inglês, passear no shopping, tomar café nas lanchonetes, um drink nos bares e botecos das esquinas, viajar, explorar novas paisagens, viver aventuras que ainda não vivi.
Quando tudo isso passar e essa pandemia aliviar as prisões da alma, quero ser livre outra vez.
Quando um novo ano chegar quero muitos abraços, mas também agradecer por ter sobrevivido ao ano de 2020.