Descobri que o percurso da nossa vida se dá por ruas, ruelas e avenidas, estradas simples, rodovias duplicadas e trilhas, tem subidas e declives, curvas e encruzilhadas, sinal fechado e em alerta, por vezes enxergamos as placas, em outras nem vemos as faixas de pedestres e invadimos a ciclovia.

Mas, e quando entramos em uma contramão? Daí a moral desta prosa. No dia a dia guiamos nossos ações de acordo com o que planejamos; no entanto, mesmo sabendo dirigir, pilotar, andar de bicicleta ou patinete, em todas as alternativas a prática supera as teorias, as orientações e as técnicas de fazer o melhor, com mais segurança e efetividade, isto é, chegar no destino traçado, se possível melhor ainda do que do ponto em que se partiu.

Conseguimos, é verdade, na maioria das vezes, seguir o roteiro da vida, reconduzindo os caminhos, melhorando o traçado das rotas, escolhendo os destinos, redefinindo os objetivos e reprogramando os sonhos, mas nem sempre podemos prever os incidentes que podem interromper, por algum tempo, o percurso da viagem, sem contar que podemos, por desconhecimento do lugar, entrar na contramão.

É nessas horas que nos damos conta que somos, de fato, falíveis, que é preciso errar para acertar ou retomar o caminho, da ida ou da volta, porque é assim a nossa vida, nem sempre indo, às vezes parando.

Fica como mensagem: toda partida tem um ponto, assim como o da chegada, mas no meio tem vírgulas que precisam ser usadas. Eu não vou hoje, amanhã, quem sabe.