Ieda Chaves Freitas
Percepções sobre o que li, vi e vivi.
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Textos
ARREPENDER-SE
Tem dias que me surpreendo pensando em coisas que são na verdade são engraçadas, por isso mesmo elas só aparecem nos nossos pensamentos quando estamos bem relaxadas. Bom isso, né? Mas tem dias também que desperto para pensar sobre o significado de uma palavra dita em determinado contexto e que me provoca curiosidade, levando-me a pensar “fora da caixa”.

Pois então, era segunda-feira de carnaval, e mesmo assim lá estava eu em uma antessala para fazer uma densitometria, exame de rotina solicitado por minha endocrinologista, quando ouvi de uma jovem senhora a seguinte frase: “Hoje me arrependo porque não fiz.” ... Aí me veio a seguinte questão: se não fez, e se arrependeu, será que não dá mais para fazer? Será que já pelos menos tentou?

Como sou curiosa e nem sempre confio no que penso ter aprendido ou sei sobre funções gramaticais, recorri ao dicionário para checar se ainda me lembrava de que a palavra arrepender era um verbo, portanto uma ação, e reafirmei o que havia pensado na hora em que ouvi a frase, confirmando: arrepende-se a pessoa que praticou uma ação, mas também há quem se arrependa do que deixou de fazer.

Por alguns minutos continuei a pensar assim: ora se não fiz, como posso me arrepender? Se nem sei quais resultados teria obtido... E mais ainda nesse caso posso até fazer melhor agora, tenho mais experiência, não é verdade?  Lembrando, também, que o medo de fazer algo pode ser um disfarce para a falta de coragem, para a covardia de não tentar.

Também pensei: se me arrependi porque fiz, analogamente o resultado não foi bom, não agradou ou não teve o impacto desejado. Nesse caso, melhor não repetir, ou, ainda, se for repetir devo escolher melhores estratégias de como fazer para não me arrepender.

Depois de alguns minutos fazendo reflexões sobre mim mesma a partir daquela observação que me despertou curiosidade, descobri que tenho pouco do que me arrepender, pois aprendi a me permitir errar, e só assim conseguir aprender a acertar, e aquilo que não fiz, decidi relacionar em uma lista de desejos ou sonhos, priorizá-los e realizá-los para não me arrepender depois.

Continuei nas minhas conjecturas e pensei com meus botões: na vida vale a pena também se arrepender, até porque é um bom motivo para pensar nas razões, motivos ou informações que se tinha naquele momento, naquela época e que lhe orientaram a fazer ou a não fazer. E arrematei meus pensamentos: na verdade há sempre um tempo para rever os feitos e os não feitos, e esse tempo é o presente.

Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 28/02/2020
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