Textos
O QUE A FEZ MUDAR.
Ela mudou, em pouco tempo se transformou em outra pessoa, não fisicamente, mesmo que tenha perdido um pouco a vaidade, os cuidados com o corpo e a aparência de um modo geral, inclusive na forma de se vestir. Mas no que mais ela mudou foi no comportamento, antes uma pessoa firme e decidida, independente e autônoma, e essencialmente alegre e de bom humor, para uma pessoa frágil e insegura, cheia de medos e melancolia no olhar. As vezes a tristeza era tanta que chegava silenciar, ficar quieta e acomodar-se, não necessariamente isolar-se. Começou a ficar irritada, com ela e com os outros, tudo que ela não queria, pois geralmente costuma zelar pela cortesia e simpatia.
Mas o que a fez vestir essa outra roupagem que não combina em nada com sua história de vida? Certamente desilusões, expectativas naturalmente frustradas e espera passiva por uma nova moldura para um quadro pintado por situações novas, não planejadas e por isso mesmo não aceitas como fato.
Mas, nem tudo está perdido quando se tem, no íntimo, vontade de reverter o que lhe incomoda, não o que a acomodam. A vida lhe ensinou, na teoria e na prática, que toda mudança deve ser para melhor e advém das próprias escolhas, de decisões que tomadas, devem ser conduzidas ou adaptadas, se necessárias. Era o caso.
Um certo dia ela verbalizou para ela mesma e escreveu na sua agenda: preciso, quero e vou mudar, com a estação do ano, e não só definiu data, a partir do primeiro dia desta primavera, mas também estabeleceu metas para o seu objetivo: ser a mulher que sempre foi competente e alegre, amante da vida em movimento, de conquistas e desafios, de amores e prazeres.
Ah. Ela conseguiu. Voltou a fazer o que gosta, a se cuidar, sonhar e projetar no tempo e espaço o que ainda quer realizar. E são muitas coisas, sem perder de vista os limites e possibilidades de quem ama a si próprio e sabe que só compete a ela a escolha de SER FELIZ.
Ieda Chaves Freitas
Enviado por Ieda Chaves Freitas em 03/11/2019